Por Raul Milliet Filho
Com o falecimento de Pelé, o craque do Santos e da seleção brasileira foi incensado ao posto do único que merece a nomeação de melhor jogador do mundo de todos os tempos.
João Saldanha treinador de Didi e Gerson sempre afirmou que foram dois jogadores excepcionais, mas dos dois por vários motivos técnicos e táticos, Gerson era o seu preferido.
Em 1987 na sua última entrevista ao programa Roda Viva respondeu, ao vivo, a uma pergunta de um menino de sete anos de idade: “Qual foi o melhor jogador que o senhor viu atuar em todos os tempos?” É preciso ser responsável com a resposta que Juca Kfouri me deu: “Pelé foi o maior jogador de clube e Garrincha o melhor da seleção brasileira.”
Na copa de 1958 Didi foi eleito o melhor jogador do certame e o jogador decisivo na partida final contra a Suécia foi, sem dúvida, Mané Garrincha.
Em 1962 com a contusão de Pelé no segundo jogo, Garrincha foi não somente o artilheiro na Copa, ao lado de Vavá, como foi eleito o grande craque da competição. Não seria exagero afirmar que ganhou a Copa sozinho. Deu passes, fez gols de cabeça, de canhota, de direita enfim salvou o Brasil de uma eliminação contra a Espanha. Enfim Garrincha só não fez chover.
Vejam só Brasil e Espanha. O empate dava a classificação para a Espanha. Aos 40 minutos do segundo tempo Seu Mané com um passe aveludado para a cabeçada de Amarildo decidir a partida, sem goleiro, e classificar o Brasil.
Duas observações sobre o locutor: quem recebe a bola de Gilmar e inicia a jogada é o Nilton Santos, e quem mata a bola no peito, com sua categoria e elegância de sempre é o Príncipe Etíope, o Didi.
Na Copa de 1966 o Brasil foi desclassificado nas oitavas de final e nem Pelé nem Garrincha produziram quase nada excetuando um gol de falta de cada um contra a Bulgária. Nossa seleção desclassificada nas oitavas de final, mas voltando a resposta de Saldanha ao menino de sete anos no Roda Viva vejamos o que o técnico vencedor da Copa de 70 mencionou:
E os leitores do Deixa Falar, concordam?
Raul Milliet Filho é Historiador, criador e editor responsável deste blog, mestre em História Política pela UERJ, doutor em História Social pela USP. Como professor, pesquisador e autor prioriza a cultura popular. Gestor de políticas sociais, idealizou e coordenou o Recriança, projeto de democratização esportiva para crianças e jovens. Autor de “Vida que segue: João Saldanha e as copas de 1966 e 1970” e do artigo “Eric Hobsbawm e o futebol”, dentre outros. Dirigiu os documentários: “Quem não faz, leva: as máximas e expressões do futebol brasileiro” e “A mulher no esporte brasileiro”.
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