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Sacrifício


Sacrifício é o procedimento pelo qual o fiel subtrai um bem de um consumo da esfera econômica para oferecê-lo à divindade. A subtração, todavia, segundo alguns filósofos e economistas agnósticos, ou materialistas, não é certa e definitiva, em vista de, após terminadas as formalidades rituais, sua eventual utilização prática pelos sacerdotes. Não entraremos nesta polêmica, que já vem dos tempos do Boi Ápis no Egypto.


O sacrifício se apresenta sob duas modalidades: cruento; e incruento. Embora tal classificação seja meramente formal, não seria talvez ocioso, a título de precaução, em assunto tão delicado, uma breve apreciação de suas diferenças.


O sacrifício incruento, via de regra, consiste de comidas, bebidas, velas, flores. O cruento, por seu turno, caracteriza-se pela degola de frango ou bode preto, podendo passar, eventualmente, à de seres humanos; de todos os modos, qualquer que seja a espécie zoológica em questão, a oferenda não sobrevive ao ritual.


O sacrifício incruento é próprio das sociedades mais atrasadas e incultas, que vivem da coleta. O sacrifício cruento é marco distintivo das civilizações mais avançadas, agrícolas e pastoris, chegando a seus pontos culminantes nas sociedades industrializadas.


Carlos Felipe Saldanha, Zuca Sardan, nasceu no Rio de Janeiro em 1933, mas vive em Hamburgo. Estudou arquitetura, mas fez diplomacia. Estudou desenho, mas fez letras. Hoje dedica-se a desenhos, vinhetas, poesias e folhetins. Entre seus livros, estão: “Ás de colete, poesias, desenhos” e “Osso do Coração”.



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